Sunday, December 13, 2009

o nascimento da minha obra-prima HAHAHAH

1.
fazia tempo que eu pensava num jeito de matar o projeto fashion victim. e faz umas semanas que encontrei uma solução pro meu dilema artístico.

2.
a 4ª e última série do projeto ganhou o tabacudo nome de it-girls e é completa e totalmente inspirado no meu próprio tédio. no tédio que meu trabalho estava me dando, no tédio que minhas próprias fotos vinham me dando.

até que ponto as imagens que eu criava profissionalmente não eram um desserviço à sociedade?! (desculpa o negrito, mas é que queria gritar essa pergunta, em vez de escrevê-la).

it-girls não é um mea culpa, que eu sou arrogante demais pra pedir desculpa. é mais um tentativa de salvar meu "fazer fotográfico" da merda, tentar dar a algumas das minhas fotos algum sentido.

ainda estou no início da pesquisa no meu próprio arquivo e ainda não sei bem que rumo essa série vai tomar, se vou usar só arquivo, se vou produzir alguma coisa... sei nem se eu vou conseguir usar a foto do palhaço!

3.
um pouco dessas minhas cerebralices de merda vieram do workshop com martial cherrier, que me deu um esculacho porque eu queria só pagar de burlesca sem botar o pau na mesa, sem me posicionar, sem um mínimo de discurso. eu ainda não sei se concordo porque quero ter o direito de não achar porra nenhuma e querer que todo mundo se foda hahaha. concordo com martial quando ele diz que é importante "vomitar na moda", mas também concordo com armin quando ele diz que "é dever do espectador e não do artista inventar uma significação".

outro pouco dessas cerebralices vieram da orientação-sabida-não-oficial de georgia quintas, que me indicou uns livros preu deixar de ser burra. gisela gueiros ajudou também.

e, por fim, os pés dessas sabidices vêm de guy debord (que mommy georgia indicou).

4.
uma vez ouvi uma "editora" de moda dizer que it-girl é uma menina rica, bonita, de pele boa e bem vestida, que começam a ditar moda, mas sem ser celebridade (se bem que algumas são). e olha, algumas até trabalham. ah, tá. segundo essa pessoa, "ser rico não diminui ninguém". verdade, os ricos é que diminuem os outros!

escolhi esse título bem com tédio, só porque não aguentava mais ler sobre "it-girl", "it-bag"... meu cu. pensei em chamar essa série também de "pela volta do bege", porque também não aguento essas nomenclaturas do meu cu da moda que muda "bege" pra "nude" só pra fazer de conta que tem alguma novidade pra contar.

5.
a fashion victim começou em 2005 e começa a acabar em 2009. pra ver o resultado das primeiras it-experimentações da série nova, vá no meu it-flickr.


it-girls conversam sobre coisas importantes, em evento no jardins

12 comments:

Natalia Venturini Pessutti said...

Acho ótimo esses momentos de imersão. Com isso só vem crescimento. Beijos. (Fazia tempo que não comentava, mas não deixei de ler seu blog não, viu).

Alessandra - Lain said...

a-m-e-i! hahaha . Dá uma olhada neste texto que a menina fala que conheceu um "it girl" e como foi recebida por ela..rsrs. E a foto também é ótima! http://pleasureisallmine.wordpress.com/2009/12/06/as-it-girls/

Paula Narvaez said...

acho que tivemos o insight paralelamente, de repente eu me vi tb passando tb informações inuteis e babacas, de pessoas mais inuteis e babacas ainda.
http://pleasureisallmine.wordpress.com/2009/12/06/as-it-girls/
Trabalho em uma revista e a modelo de uma matéria era uma "it meucu" o que foi o suficiente para eu me ratificar no blog e mehttp://www.blogger.com/logout.g?d=https%3A%2F%2Fwww.blogger.com%2Fcomment.g%3FblogID%3D10247609%26postID%3D8635228457373423969%26page%3D0%26token%26isPopup%3Dtrue sentir idiota por ter dado certo ibope à esse assunto ridículo.

Kiim Sayz said...

gênia! tô admirando horrores o seu trabalho.

Kiim Sayz said...

e viva a subversão!

Unknown said...

ai ivy, me identifico com td isso que vc ta dizendo...
sempre achei que ia trabalhar com arte e acabei ficando na moda, sou digamos, uma artista frustrada, sofro com essa minha crise de conciencia, tipo o que q eu to fazendo aqui! Essa merda não tem nada haver comigo, esse ambiente é nocivo pra mim! É muita superficialidade e falta verdade, essencia....
Te ler me ajuda a situar um pouco, que nem todo mundo desse meio é tão boring.... Obrigada!

fabiana maluf said...

meus parabéns: amei.

fore said...

Meu Deus, juro que eu estava com tudo isso na minha cabeça... parabéns pela iniciativa!

Patricia Cardoso said...

rs.. tinha algumas coisas pra comentar mas hj meu cerebro eh de queijo e os furos sumiram com o meu assunto. mas sobre nude e tals (q eu tbm nao aguento!), uma vez surtei no mercado (eu era bem pequena), q uma demonstradra veio me mostrar um shampoo de "aloe vera". Eu disse pra ela: isso eh JOJOBA, vcs so querem mudar o nome pra dizer que eh novo. mas eh j ojoba! Bota ai no rotulo e para de enganar o povo!

hahahh

vou ler ozoutros posts!

Janira Borja said...

Novo grito de carnaval:
It-girl meu cu!!
Vem para Salvador e vamo fazer um bloco de carnaval? Hahaha
Adoro isso aqui!

Taís Bravo said...

Ivi, muito tempo que não vinha no seu blog e me deixou muito feliz (e acredite, me deixar feliz nesses dias tem sido mais que um desafio) essa sua série das it girls.
Primeiro porque sem te conhecer simpatizo com você,e ver essa sua postura de questionar a validade do seu trabalho para a sociedade ratificou essa simpatia. Acho que as pessoas mergulhadas nesse mundo do espetáculo, se encastelando nelas mesmas esquecem que vivemos em uma sociedade fudida. É sim um dever nosso buscar uma validade em nosso ofício, mais do que isso em nossas existências, uma vida que se limita a experiência individual (ou a meios que incentivam essa experiência - e digo logo que pra mim moda é um desses meios) é pseudovida, como diz Debord.
E o Debord também me fez feliz, o encontrar aqui. Comecei a ler esse livro e criou uma revolução tão grande em mim que não cabia mais e acabei o esquecendo na prateleira, pra quando eu tiver "maturidade"...

Espero que você cresça essas idéias e não as esqueça como eu. Que seu trabalho se desenvolva nessas questões e que sua vida seja bem vivida, longe desse espetáculo estúpido e triste.
um beijo.

cris said...

nossa, faz uns bons meses que não visito este blog, e me deparo com esta série sobre as it-girls. só posso dizer isso: brilhante, perspicaz e engraçado! amei!